Há uma letra que me dói repetitiva.
Um ressonar intruso que me invade sem permissão,
Tirando a minha calma.
Um fonema vibrante, que em alto e bom tom
Toma-me a qualquer hora do dia.
É sem escrúpulos e nunca me poupa.
Quer ser ouvido, espalhar-se, enlouquecer-me.
Enquanto eu só desejo esquecer essa exigência aflita,
Esse desconforto.
Esse nome, que transita entre o sentido e o desconexo, é você.
E ao mesmo tempo é outro,
Ás vezes até me parece prescindir de um rosto.
Mas o nome é sempre o mesmo.
E grita insistente.
Como um vazio, que tudo arrasta para dentro de si.
Um vácuo. Quer engolir o mundo, pôr no lugar.
Preencher o espaço de onde você me escapa.
E assim, quem sabe,
Saciar esse tipo de sede que é existir.