segunda-feira, 2 de abril de 2012


Sou feita de tempo e palavras. Páginas de livro, letras de música, frases sem sentido. Conta-se nos saltos dos meus ponteiros as minhas esperas. E nos meus silêncios, milhares de expectativas. Sou relativa, reativa, passional. E às vezes temo não passar de um texto sem nexo, um tempo que escorrega desatento, sem deixar marcas ao redor.

Sou tempo, sou palavras. Mas em essência sou indizível, atemp...oral. Livre de convenções e significados acabados. Posso flutuar pelos sentidos, pela falta de sentido, pelos sentimentos. Não posso ser apreendida, porque sou de substância etérea. Como é etéreo tudo que me cerca.

Gosto do movimento, dos tique-taques do relógio, de palavras que vão se misturando para dizer nas entrelinhas o que na verdade, é quase só uma suposição. E de tanto querer dizer e enxergar o impossível, espero do mundo mais do que o normal. Espero o extraordinário.

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